Acredito que a modernidade está deixando as pessoas mais teimosas por livre e espontânea solidão. Aquela "moda" do jogo do desinteresse isola cada vez mais as pessoas, porque se o outro lado não conversa comigo eu também não mando mensagem (isso é regra para todos os tipos de relacionamentos, desde familiares até amorosos), e nesse tipo de "joguinho" ninguém sai ganhando e todos se chateiam. As relações, ao invés de se estreitarem se dilatam e, por vezes se rompem... como um músculo que, ao não ser utilizado por muito tempo, atrofia.
Por nos sentirmos sozinhos, muitas vezes, ao invés de resiliência e auto reflexão, acabamos por desenvolver um comportamento que, se analisado de maneira fria, é extremamente infantil, pois pode ser comparado àqueles "chiliques" (birras) infantis, que faz o ser humano ter acessos de stress desmotivados e até mesmo crises histéricas (ou de choro, depende da pessoa) quando são contrariados.
Como o livre arbítrio existe para todos, nem sempre as coisas vão sair da maneira que planejamos, pois cada um pensa de uma maneira e cada um tem sua expectativa individual. Mas como essa "crise solitária" domina o momento atual e o ser humano tende a se sentir cada vez mais sozinho, cria essa necessidade do imediatismo, de querer tudo à sua maneira quando ele quer - entenda, isso não é uma vontade, é um impulso que precisa ser suprido na hora - mas somente quando o solitário quer, não quando é necessário ou quando fará bem a todos os envolvidos.
Para "curar" essa solidão, as pessoas precisam entender que o celular, a rede social, o bar não irão ajudar - na verdade irão até atrapalhar esse processo de cura. O celular é uma fuga irracional, a rede social mostra uma felicidade artificial dos contatos adicionados e o bar pode aumentar a ansiedade ou depressão dependendo do nível e quantidade de álcool e/ou cigarro consumidos no local.
O que cura de verdade é o auto conhecimento. O silêncio. Aquela auto reflexão tão dolorosa no início, mas que ajuda a gente a se conhecer e definir o que nos faz felizes, o que é importante. Com isso, percebemos que muitas vezes nossas "crises" são pequenas "tempestades" em copo d'água e que a felicidade, que é um estado de espírito e não constante, está mais presente na brisa no rosto ou no parque na esquina de casa do que naquele celular que insiste em não sair das nossas mãos.
Pensar, como faz falta. Respirar. Meditar (uma das coisas mais difíceis que ando tentando aprender na vida, o "esvaziar a mente" da futilidade rotineira).