Quando comecei a tatuar os braços, a primeira personagem que fiz foi a Alice. Muita gente pensa que fiz pela beleza do desenho. Eu jamais faria algo feio, mas desde que comecei a me tatuar, nunca fiz algo só porque "é bonito" (ainda mais porque os anos passam e a tendência de se arrepender por algo que fazemos apenas pela aparência é de praticamente 100%, independente de ser uma tatuagem, uma cirurgia plástica ou um relacionamento de aparências). Fiz por causa da história, "Alice in the Wonderland" é cheia de significados subjetivos em relação às escolhas da sua vida e aos caminhos que você toma.
Se a gente pensar bem, exceto por doenças graves, a maioria das coisas que convivemos é fruto (consequência) de nossas próprias escolhas.
Ontem "apareceu" para mim um dos diálogos que eu mais gosto da Alice com o gato, por isso que
pensei em escrever um pouco. Segue:
- Alice: Você pode me ajudar?
- Gato: Sim, pois não
- Alice: Para onde vai essa estrada?
- Gato: Para onde você quer ir?
- Alice: Eu não sei, estou perdida
- Gato: Para quem não sabe para onde vai, qualquer caminho serve.
Aprendi há pouco tempo (um ano mais ou menos) a fazer listas - mentais e escritas - a respeito dos meus objetivos de vida. Se você quer começar a doar sangue mas nunca planeja ir ao hospital, quando vai começar a doar? Juro, ninguém vai pegar na sua mão e te levar. Ou doar por você e te levar uma carteirinha em casa. Você nem vai se sentir melhor por isso, porque a ação tomada não foi sua.
Tem gente que quer ser mais útil e fazer algo de caridade, mas não procura onde ajudar. Doar roupas é lindo, mas apenas entregar em uma instituição e deixar os outros organizarem os bazares enquanto você volta para casa sem trabalho algum (teve apenas o trabalho de levar as roupas) pode te dar um alívio momentâneo, mas não te fez sentir o sentimento bom de ajudar realmente o próximo, a ação em si não foi tomada. A intenção foi boa, mas o preenchimento daquele vazio da vontade de ajudar não necessariamente foi cumprido.
São apenas exemplos. Há muitos objetivos na vida. Eu tenho dois bem grandes, mas tenho limitações maiores ainda por enquanto, e estou no trabalho de derrubá-las para cumprir os objetivos, que são grandes no meu ponto de vista. Um que eu tinha ano passado consegui cumprir mas digo a qualquer um, é extremamente difícil manter. Correr. Depois que coloquei 10 pinos no quadril esquerdo, me limitei a dizer simplesmente que "não podia correr" porque tinha preguiça de começar, mesmo achando lindo ver meus amigos super dispostos e felizes após cumprir suas corridas, sejam elas 5km ou meias maratonas, ou ainda as maratonas entre praias.
Sei que tenho limitações, mas sabendo delas ano passado criei vergonha na cara, resolvi buscar uma assistência para me ajudar a sair da inércia e - adivinha - comecei a correr. Meia maratona sei que nunca vou poder justamente por causa do pinos e algumas outras limitações que possuo, mas consigo fazer 5km sem problemas e se me preparar um pouco antes chego nos 10 facilmente (já cheguei sem perceber rs).
O momento perfeito nunca aparece. Se você esperar a aposentadoria, o dinheiro da Mega Sena, o relacionamento ideal, vai viver infeliz e vai ficar pior que a Alice... ela pelo menos chegou a algum lugar e se perdeu. Ficar no "esperar" vai te deixar infeliz e parado, estagnado, sem novidades. Isso não é ir, é perder tempo.
Momentos perfeitos não aparecem, são como a felicidade, são criados. Uma atitude, um plano. Escrever as listas, ter metas ajudam. O que é uma meta? O que te deixa feliz.
Lembre-se, o fácil não é valorizado. O difícil te ajuda a superar as barreiras mais difíceis - contra você mesmo, principalmente as mais difíceis, do medo e da preguiça, e te dão as maiores satisfações quando superadas.
Quando começar a agir? Por que não agora?


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